terça-feira, setembro 30, 2003

Misericórdia 

Estes tempos que passam, deixam-me farto de muita coisa. Das várias classes à volta da justiça, dos jornalistas, da excessiva exposição de alguns e da gente vestida de branco. Depois de estar farto desta gente toda já não é possível descobrir no meio disto, alguém ou alguma coisa que me contente ou alente.
Os advogados acham que tudo na vida têm tradução legal e sentem-se por isso imprescindíveis á vida, onde qualquer assunto pode ser resumido e interpretado pelo seu raciocínio. Os Juizes são a gente mais humilde que existe, tão humildes e tão conscientes da pesada tarefa que carregam, que serão talvez os mais arrogantes e perigosos de todos.
Os jornalistas, correm a fazer justiça, instaurados juizes pelo povo e para o povo na democracia que o Cristóvão de Moura caracterizou.
Os outros, basta falarem uma vez para não pararem. Sentem que têm que falar, que contribuir e vão falando, criando, porque já não conseguem ficar quietos e calados, seja porque alguém falou antes deles ou porque falará amanhã.
Venha quem vier, dizer seja o que for, já não consigo ouvir.

link || PFC 7:39 da tarde

Tempo e resultado, Ribeiro Cristóvão ? 

O que é a que a civilizada Maria Elisa disse ou diz da história ridícula de ser deputada da nação?
Que lhe doem as articulações e que se está a borrifar para tudo, porque têm direito a ser feliz.

link || PFC 4:54 da tarde

segunda-feira, setembro 29, 2003

Terra de Comandantes 

A história do helicóptero já chateia. Mas esperava à muito tempo pelas palavras do Comandante.
Queria confirmar o seu aspecto e ouvi-lo falar. É delicioso ver o Senhor Comandante justificar-se.
Desde criança que conheço histórias destas, toda a gente está habituada a cenas destas. E fico a pensar que eu podia perfeitamente ir no helicóptero. Eu e quase Portugal inteiro. Mas eu não sou Comandante de nada. Eu não sou. Mas podia ser julgado em tribunal porque segundo me ensinam os filmes americanos, para se ser julgado só se têm que saber distinguir o bem do mal.

link || PFC 5:45 da tarde

sexta-feira, setembro 26, 2003

AntiDantas 

Li no VdoD um comentário (curto!) sobre os Tindersticks. É pena não lhe conhecer autoridade para estes assuntos mas já que está entre os que vejo diariamente, algum valor deve ter !!!
O sucesso de certas bandas no nosso país leva-o a duvidar das nossas elites. Também eu ... mas ele há tantas formas de compor uma prateleira ... não é?
Os Tindersticks são muito bons (nesse disco e noutros, embora o último me cause pena, tão mais ou menos que é).
E porque serão mais reconhecidos aqui que noutros sítios? E que interessa isso, se nós estamos aqui. Mais uma vez a afirmação de que a verdadeira elite é a que lê no estrangeiro (sem ressabiamentos, que até sou viajado e falo mais que uma língua) e têm o distanciamento essencial para perceber as voltas que por cá se dão. Impossível, minha cara Voz. Por mais que leia ou ouça ou viva, vai ser sempre Português, até nesse impulso constante de caracterizar Portugal como se conhecesse coisa distinta.

link || PFC 5:04 da tarde

quinta-feira, setembro 25, 2003

EARLY MORNING BLOGS 

Well, I fell outta bed this mornin'
Saw what the guy on the TV said
The big rock awards
Crowned a brand new king
It shoulda been me instead
Don't they know that i'm ...

Elvis Fuckin' Christ
Elvis Fuckin' Christ ...


Elvis Fucking Christ ! by The Cramps

link || PFC 6:37 da tarde

quarta-feira, setembro 24, 2003

Vozes de burro chegam bem alto 

Ando impressionado com a quantidade de colunistas que este país têm. Qualquer senhor têm pelo menos um cantinho numa página de jornal. Não é preciso ser-se alguém para ganhar o direito de escrever uma coluninha de opinião e já agora, qual opinião qual quê, é sempre a mesma escrita estafada do eu fiz eu penso eu sinto. Desde que o Miguel Esteves Cardoso escreveu a sua primeira coluna que ainda ninguém escreveu outra. Atenção que eu não leio coisas estrangeiras, ou quando leio não consigo perceber o texto como se fosse português, para mim continua a ser estrangeiro. Voltando atrás ... tenho esta ideia reaccionária de que é preciso ser-se alguma coisa na vida que se escolheu para se ter sitio onde escrever. Mas isto sou eu. Os Birdland tinham uma música que dizia "Every body need's somebody. Everybody got something to say" e eu sempre acreditei que sim.
O mundo ás vezes é melhor do que me parece.

link || PFC 6:12 da tarde

Shiiiuuuuu .....! 

Sobre a Casa Pia só disse, só digo e só direi que Deus queira que sejam culpados.
Digo hoje um pouco mais do que sempre disse: que deixem voltar o Muito Mentiroso! Deixam!?.
Já vou conseguindo perceber algumas coisas sozinho e se não as perceber também não percebo de certeza as advertências iluminadas .
Irra ... que não deixam espaço.

link || PFC 5:57 da tarde

sexta-feira, setembro 19, 2003

Vergílio Ferreira 

No tempo do Cavaco, ninguém parecia gostar dele. Não sei como ganhou. Até sei porque, se uma vez ouvi dizer a um amigo meu que sempre votava PS, que já tinha votado no Cavaco, percebi que afinal ele tinha tido mesmo maioria absoluta. Até então, parecia-me impossivel que alguém que era do PS votasse no PSD e ao contrário.
No tempo do Cavaco, ouvi dizer ao meu pai que o Vergílio Ferreira era "simpatizante" do Cavaco. Não me caiu muito bem. Um senhor daqueles. O meu escritor preferido. Deve ter começado aí a minha migração em versão de downgrade para conservador. Que é uma forma de desilusão, uma ... lucidez.
Cavaco não voltará a lado nenhum. Não têm tempo. O tempo dele é outro, basta olhar para os fatos e figura dele para vermos o Cavaco que Vergílio Ferreira gostava.
Vergílio está morto e esquecido.

link || PFC 12:44 da tarde

quinta-feira, setembro 18, 2003

God Damn the Sun! 

by Swans


Nunca mais acaba o verão. Por esta altura, no ano passado, já lá ia ...

link || PFC 7:24 da tarde

News of the world 

Apesar da tendência natural de detestar, ridicularizar todos os blogs, começo a preferir ler aqui, do que em jornais. Só por algumas razões. Porque, aqui, existem os links que me permitem saltar do comentário para o comentado e por aí fora até já não saber onde comecei e pelo meio descobrir por acaso, qualquer coisa boa (muito raro mesmo assim). Esta primeira razão é origem de uma forma de leitura sem regra e que não pode ser conduzida como nas notícias em jornal.
A segunda razão, é que aqui, desvalorizo logo de ínicio o que me proponho a ler. Sempre acreditei na palavra. No príncipio era o verbo, escrito. Tudo o que é escrito assume para mim, valor maior, verdade. Nos blogs a escrita é caseira seja ela do Abrupto ou do Tolentino ou do Janela Indiscreta. Não têm o mesmo valor, não é impressa. O que ajuda ...
E acho que sobretudo prefiro as notícias dos blogs, porque o filtro é outro, o tempo é outro e a actualidade é outra. Posso ficar a assistir a conversas cruzadas durante dois dias, posso continuar a ler as notícias de ontem.

link || PFC 7:22 da tarde

Baaaad Mob .... ! 

Novamente sem fé na raça.
Depois de uma flash mob falhada, volto a pensar que apesar de tudo não vamos sair do texto denso ou do humor inteligente (espécie estúpida). Volto a acreditar que isto é sitio de vaidade.
Eu não fui. Mas gostava que muita gente tivesse ido. E se muita gente tivesse aparecido ... ? Não acontecia nada.
Por isso é que nunca vou.
Nem hei-de ir.
A lado nenhum.

link || PFC 1:44 da tarde

É só ver no mapa 

Como é que podem deixar a Turquia de fora?
A UE já perdeu homogeneidade, ganhou outra importância. Já perdemos o medo que nos acabem com as fronteiras, podemos agora conceber uma união diferente. Contudo terá sempre que ter uma fronteira externa, terá que ser a Turquia. É quase a única fronteira que teremos que ter. A Rússia marca o limite a leste. Marrocos a sul.

link || PFC 1:38 da tarde

terça-feira, setembro 16, 2003

òdios&restos 

Actualizei os links com a substituição do Jogo da Glória pelo Dicionário do Diabo, que após ter chorado, pode ser que se levante. Não sei porquê, mas não fiz isto de início - a troca de um pelo outro, sai jornalista, entra jornalista.
Há que cultivar os ódios.
Dizia o DD que tudo é política (num texto longo de mais para ter lido tudo). Não acho, mas percebo o que quer dizer. Tudo é política. E tudo é esquerda e direita?
Se a política, diminuída há noção de gestão do reino, for a prossecução do bem comum, julgo que se pode distinguir tudo em direita ou esquerda pela forma como a política encara a maneira de tratar os restos que vai criando no processo de mudança, de tentativa de trazer mais ao maior n. º possível.
Entenda-se restos: são os deixados de lado pelo processo de criação de riqueza.
A esquerda entende que a linha da frente não pode avançar sem que aos restos estes lhes sejam dadas condições para se recomporem e deve tentar activamente. Deve ser o próprio processo de criação de riqueza a pagar a reciclagem.
A direita acha que a mudança origina inevitavelmente desfavorecidos e está disposta a pagar pela reciclagem. O avanço deve continuar e o preço a pagar é tratar dos que vão saindo do processo.

link || PFC 7:00 da tarde

segunda-feira, setembro 15, 2003

Concordo com tudo 

Essa glória facil irrita-me.
Talvez a sequência dos posts ajude a pereceber. Vou tentar linkar tantas vezes essa gloria facil que pode ser que as ferramentas de tracking da gloria, descubram este post. Queria tanto que eles o lessem. Vou mesmo enviar por mail. O ojbjectivo é só arreliar os senhores
Pior que o amuo do Diabo, que ameaçou partir num camuflado manifesto de príncipios, para ver se alguém lhe ligava, pior, só esta glória facil.
Que percebam que o mundo nãos são notícias, nem os jornalistas são notícia.
Que percebam que há quem traduza poesia, humildemente, sem a querer escrever.
Que não estão investidos de nenhuma legitimidade superior, nem o seu objectivo é iluminar alguém.
Que conhecer muitas vidas não é o mesmo que viver uma sequer.
É um blogue, pois é. Então não escrevam nos jornais, textos importantíssimos sobre chamar velha a uma mulher de 60 anos, nem escrevam no blogue textos em tom doutoral de quem escreve com a consciencia e estatuto de que também escreve num jornal. Deixem a posse de estado para o PP.
Os jornalistas (não digo portugueses, porque não conheço outros) são maus. E não é só tecnicamente.
Nem conseguem disfarçar um tom romântico num texto que se queria feroz: "uma "classe" (ou "corporação") que acham ser, ..., alcoolizada ... ".
Ora não é de partir o coação ...
Os démonios que eles carregam ... as noites ... o alcool ... á procura do texto.
Meninos.

link || PFC 6:39 da tarde

Man named Cash 

Sexta-feira morreu Johnny Cash, ontem vi uma entrevista dele ao Larry King na CNN. Nunca percebi o que terá aquele LK de bom, as entrevistas não prestam. Mas era o JC. Estava vestido de preto. Nada lhe podia ficar mal. Não tive pena de o ver velho e sem a popa “billy” preta. A voz faltava-lhe de vez em quando. Não era bem a voz que essa nunca lhe faltou, sempre teve a mais, por isso lhe saía como se fosse voz de mais para um homem. Faltava-lhe ar, de vez em quando.
O Bono disse nas notas interiores de um cd, que qualquer homem quando o ouvia se sentia um mariquinhas.
Quando vemos um filme sobre um homem deste, ou lemos um livro sobre a vida de um homem assim, esquecemo-nos sempre que para a vida dar um filme ou um livro, é preciso uma vida inteira. Não basta duas frases bem ditas ou dois movimentos bem feitos. Têm que se levar uma vida inteira para merecer um filme e na maior parte das vezes nem sequer se tem a noção.

link || PFC 6:31 da tarde

sexta-feira, setembro 12, 2003

Johnny Cash (1932-2003)


foto roubada ao Juramento sem Bandeira

link || PFC 1:29 da tarde

quinta-feira, setembro 11, 2003

Ninguém me dizia nada!? 

Lá esperei pelo abrupto e concordei.
Ontem os blogues falavam do Chile, hoje sai no Público a colagem. A vida imita a Arte, sem dúvida.
A associação entre os dois momentos históricos, numa mesma página. Pelas datas. E por ter existido um momento de terror, num dos caso dirigido ao imperialismo dos EUA, noutro, á esperança Chilena (com o apoio dos EUA). Conclui-se que talvez tenha sido a vingança Chilena, ou de nós todos os oprimidos. Eles mereciam ...

link || PFC 7:17 da tarde

B five two baby, ... drop your love on me, tonight ! 

Talvez se importem, mas hoje não tenho nada a dizer sobre ser 11 de Setembro.
Talvez me engane, mas andavam todos á vários dias a preparar o textozinho de hoje.
Talvez não queiram, mas não exagerem no cerebral. Ser muito inteligente é na maior parte dos casos um problema.
Ainda assim levanto-me cedo porque sei que todos se esforçaram muito.
Na praia talvez esteja o mais interessante e esforçado, talvez merecesse a pena recebermos essa informação toda ou na catequese ou por correio.
No dicionário do diabo, continua-se pedante e sem nada de estimulante tirando as provocações. Mas o Chile? Está toda a gente a puxar para um lado e o DdoD por medo desvia a conversa e durante toda a noite desejou ter razão.
Aguardo o senhor abrupto.

link || PFC 1:57 da tarde

quarta-feira, setembro 10, 2003

O'Malley's Bar 

I am tall and I am thin
Of an enviable hight
And I've been known to be quite handsome
In a certain angle and in certain light

Well I entered into O'Malley's
Said, "O'Malley I have a thirst"
O'Malley merely smiled at me
Said "You wouldn't be the first"

I knocked on the bar and pointed
To a bottle on the shelf
And as O'Malley poured me out a drink
I sniffed and crossed myself

My hand decided that the time was nigh
And for a moment it slipped from view
And when it returned, it fairly burned
With confidence anew

Well the thunder from my steely fist
Made all the glasses jangle
When I shot him, I was so handsome
It was the light, it was the angle

Huh! Hmmmmmm

....

words and music by Nick Cave

link || PFC 7:12 da tarde

Modelo primeiro dos seres criados 

O Nosso Senhor Ministro, Paulo Portas, ou sai dentro em breve do governo ou será lembrado em muitos, futuros debates políticos, como brincadeira, como um manhoso.
O senhor está arrogante e pegajoso. Cada vez que entra em algum edifício, ou por alguma porta, parece que vai entrar na capela directamente para o genuflexório. À volta dele a gente, atrapalha-se e persegue-o já não para o ouvir, mas para o apanhar, sabem que vão apanhar qualquer coisa. E é sempre o mesmo: um conselho, uma máxima, uma fábula do Fontaine, uma moral, frases que ditas por ele, ele, julga que querem dizer coisa diferente. O senhor invoca as palavras originais, os arquétipos.
Está mais católico agora do que antes, mais arrogante também. Está mais sério, é do estado, do estado provocado por tanta moral.
E o Primeiro Ministro que faz? Os leitores do Maquiavel talvez pensem que deixa andar, á espera que caia ou que alguém o empurre e que o resto da direita lhe caia também ao colo. Ou lhe esteja a preparar algum orçamento que o deixe sem dinheiro para guerras (com todos os generais do mesmo lado, oposto ao dele - coisa a que foi dada pouca importância, esta unanimidade !!!).
Não acredito. Não faz nada, anda retirado em figura de Estado, ponderado e descomentado. Não faz nada, parece acreditar que vai ser maioria absoluta sem esforço. Ou então reza.

link || PFC 4:05 da tarde

Mais Avante. 

Um inglês, do qual não me lembro o nome, sugeria que a igualdade total, sincera, teria que passar pela perda do nome.
Só o nome própio, sem apelidos familiares.
Tal como a citação do filme que trago no subtítulo, esta ideia persegue-me à anos.
Mas não ia gostar de viver num mundo onde não existisse orgulho no nome de família.

link || PFC 1:13 da manhã

terça-feira, setembro 09, 2003

Se o Flashback já acabou, quando acaba o Avante? 

A festa do Avante é uma festa de adereços. A "boina do Lenine", diz-se no Abrupto, a camisa do Lenine diz-se no Público.
Ora, eu, nunca lá estive. Não tenho o ódio de quem lá foi e não quer voltar, nem o ódio de quem lá vai e irá voltar ad eternum, ad infernum.
Não percebo nada de especial nas vendas serem novamente estampadas á Lenine. Os casacos de botões dourados também nunca saíram de moda e ninguém se alarma. Esquisito é ver em passadas manifestações contra a guerra do, ou no, Iraque, pessoas com t-shirts do Che. Então ele, também, não acreditava na força armada.
Posto isto, o que me incomoda é que a festa daquele jornal sempre tenha sido um equivoco. As pessoas que lá vão, vão porque a viagem da camioneta alugada termina lá, vão porque sazonalmente precisam de acalmar os remorsos. Vão á igreja.
Era assustador se a festa daquele jornal conseguisse ter tanta gente á tanto ano seguido, sem andar ao engano.
Eu também gosto das fardas da ex-RDA. Porque são bonitas, é uma coisa de outro mundo, que não evoluiu, que nos seduz porque não seguiu o caminho das outras coisas e, ficou bonito.

link || PFC 4:42 da tarde

Ganda estúpido 

Os links são perigosos. Levam-nos á merda. Como diria qualquer agarrado.
Entretanho-me a escrever nomes á sorte para ver se existem blogs com esse nome, ás vezes sigo links em páginas achadas á sorte. Andei á roda e acabei num que até está aqui ao lado (que já agora, penso tirar desde que li um artigo no Público sobre mullheres de 60 anos - não têm assunto melhor? Gastam tudo no Blog?), que me levou ao marreta.
É a arrogância da estupidez o que li num comentário sobre o livro CRIME E CASTIGO.
O marreta que diga o que quiser, mas é tão rascozinho que conseguiu incomodar-me. Ele acha que é sinal de inteligência e de liberdade poder dizer mal de tudo. É giro. Cada vez mais prefiro as pessoas comprometidas, com opiniões que lhes custam a sustentar, ao marreta bruto, que coça a cabecinha durante uma hora a pensar sobre o que irá dizer mal.

link || PFC 12:16 da manhã

quinta-feira, setembro 04, 2003

Ossos 

Hoje sem querer dei com isto: http://muro.blogspot.com/.
Gostei de tudo. A força de começar sem declarações solenes, no inverno. O fim precoce, inacabado ...
E tudo isto esquecido nesta página, em 2001.
Os restos, um bocado enigmáticos, de qualquer coisa.
Os restos que há por aí.

link || PFC 3:58 da tarde

Stroke  

Gosto dos Strokes.
Passados meses, (mais de um ano) sobre a edição do disco "Is this it", continuo a adorar aquele disco. Estou a escrever isto sem o estar a ouvir.
No Juramento sem Bandeira picaram-me com a mais óbvia das críticas: e se eles não tivessem surgido na altura em que surgiram, exactamente antes de outras bandas a que lá chamaram revivalistas e que formam agora uma "onda" qualquer mais rock.

"Is this it" é um album pop. É mais sujo que o "The Queen is Dead" e menos lirico que toda a pop inteligente e sensivel e por isso lhe chamam rock.
Gosto desta invenção dos Strokes, a pop americana.
E depois, têm uma caracteristica, que a música deliberada e cerebral não consegue ter: a urgência!

link || PFC 1:49 da tarde

quarta-feira, setembro 03, 2003

A elite na História 

Entre os argumentos a favor, em cristovao-de-moura, comento apenas alguns
Os contra são menos interessantes e mais orientados.

O que talvez interessasse perceber nos argumentos de cristovao-de-moura é que mais uma vez se procura uma evolução pelas elites - adquirido por todos o que foi revelado e dado por poucos (sufrágio internacional), perdeu o valor (até simbólico) e foi mal utilizado.
Gasto que está pela má utilização e acesso desmesurado e sem regras, é necessário que, lhe seja incorporado algum valor: o controle na utilização, a componente de valor que lhe começa a faltar.
A evolução seja ela qual for não é passível de ser classificada em boa ou má, é apenas mudança, que nos sistemas democráticos se traduz em tentativa de a levar a toda a gente.

O que acho interessante no meio da conversa cruzada é que a história não acabou mas acabou quem têm feito a história, as elites.
O acesso desmesurado aos espaços públicos teve outra consequência, que foi o esgotamento do espaço das elites. A sua capacidade foi reconhecida e explorada e banalizada logo a seguir. A massificação estragou também esse poder.
Mas cristovao-de-moura continua, apesar das boas ideias, a não ver que o mal já está feito, e volta a existir razão numa luta de classes. Mas está perdida, a luta.
A diferença é que já não existe ninguém para controlar o acesso aos espaços públicos. Haver, há ... mas não são que cristovao-de-moura talvez pense.
Curiosa também esta ideia profundamente democrática, a de que tem que haver alguém a controlar, não vá alguém abusar da liberdade.

Sobre a qualidade dos políticos direi que é o que menos me preocupa. Deixou de ser importante. Que se pare de os ver como capazes de alguma coisa que não legislar. Bons políticos não fazem boa multidão, duvido até que façam alguma coisa em quatro anos de televisão. Pegando no exemplo corrente, passam um ano a entrar na casa deixada vaga, se lhes acontece uma crise internacional entretanto é mais meio ano a repararem os estragos e vão rezando para que haja petróleo, entretanto vêm o verão e é tudo esquecido nos incêndios. O que fica disto, ainda não dá para ver, mais sinto precaridade.

"Não me preocupa nada o que "as massas" vêem. A mim, o que me preocupa são as próprias massas. É um problema político e social: eu acho que a multidão enquanto tal não deveria ter direito de acesso ao espaço público, ponto final."
Se não fosse a "multidão enquanto tal" ... não sei o que é a "multidão enquanto tal" e por isso não avanço, mas gosto da frase, está bonita, é frase típica de encerrar conversa, só serve para isso.

link || PFC 4:04 da tarde

Falta de paciência! 

Cansei-me da discusão do cristovao-de-moura.
O que me pareceu um agitador com piada e inteligência, revelou-se um escritor de ódios em conversas com conhecidos. Enfim ... vou lendo o senhor na esperança que ele volte a escrever livremente. Entretanto volto-me para o Abrupto, que têm a dupla vantagem de ser um senhor conhecido, mais que o anterior, e mais consciente da função.
Amanhã actualizo os links e dou utilidade a este blog que me passa também a servir de portal para os blogs que leio diariamente.
Até amanhã.

link || PFC 1:00 da manhã

terça-feira, setembro 02, 2003

A perfeição 

O cinismo de quem diz que cem mortos na Argélia ou Libéria o atingem tanto como cem mortos no Médio Oriente ou nas Twin Towers!
Vejo uma vontade em quantificar as mortes em vez de as valorizar. É o que eu vejo.
Um morto é morto em qualquer lado. Mas o que eu sinto é relativo, é valorizado pelo que me é próximo.
É porque esta gente quer ser tão perfeita, que cada vez sinto menos. Não se pode sentir tudo de igual modo.

link || PFC 7:03 da tarde

segunda-feira, setembro 01, 2003

Escarradela na tromba 

Ontem, era TVI e dava o Big Brother IV.
A senhora apresentadora, falava com os pais dos concorrentes. A mãe de um deles, falava, alegre, inchada, estava feliz. A Teresa Guilherme entre as frases e barulhinhos que ia soltando, perguntou-lhe " Porque é que não arranja esses dentes?".
Fiquei espantado e fiquei ofendido, tomei as dores da senhora desdentada. Como é possível ser tão grosseira e gratuita!
Como é que lhe é permitida esta forma ofensiva, básica e animalesca de se comportar... a boca da senhora era ridícula, dois dentes apenas á frente, claro que toda a gente via que lhe faltavam muitos e brancos dentes, mas precisamente por a senhora ser desdentada é que a brutalhice é maior.
Deitei-me irritado com a apresentadora.
Acordei irritado com a desdentada. Como é que ele lhe permitiu aquela forma de tratamento, aquela diferença assumida na qualidade humana de ambas... devia, caso fosse muito educada, ter lhe explicado que não se pode falar com as pessoas daquela forma, que isto não é um "freak show", que existe um filme muito bom chamado "O Homem Elefante" ... ou então se fosse mal educada dizia-lhe, "Não arranjo os dentes que é para poder escarrar melhor ... pufttt ..." na tromba da apresentadora.

link || PFC 12:33 da tarde