Sei quem é o Gueterres, o Cavaco, o Mário Soares e Freitas do Amaral, o Cunhal ... mais para trás não arrisco.
Mas quem é o João Pereira Coutinho?
É só daqui ou ele já existia?
A Voz do Deserto questiona a honra da Karen O. dos Yeah Yeah Yeahs.
Eu, a maior parte das vezes nem leio as letras das músicas, o que me ficar na cabeça aproveito.
Mas esquecia-me que os metaleiros sempre foram mais dados á leitura, ferrados nas letras messiânicas daqueles discos muito feios.
O outro era melhor. Mas isso já toda a gente sabia antes deste sair.
Continua a deixar-me alegre. Têm energia. Alegria levemente negra. Dá-me vontade de sair á noite.
A música é cheia de pressa, ás vezes parece que apreenderam a tocar música em cavaquinhos.
Acontece com este disco o que me acontece muitas vezes. Gosto da voz do Casablancas.
Têm tom triste, o rapaz. Mas em nobreza, nada como o Richard Butller dos Psychedelic Furs que tinha a voz mais aristocrática que já ouvi.
Porque me irrito todos os dias comigo por não gostar de nada, por não fazer nada e por não dizer bem de nada e porque me lembro, ás vezes, desta frase, "It's so easy to laugh, it's so easy to hate, but it takes guts to be gentle and kind ", que é como quem me diz, dizer mal é um recurso dos fracos, hoje descobri isto para dizer bem.
O que interessa é referendar a Europa. Em bicos-de-pé. Continuo a achar que os referendos só são possíveis no estrangeiro. Quando leio numa noticia que um país do norte disse não à Europa, fico convencido que aquilo lá em cima é gente esclarecida e cordata, que assim resolveu depois de pensar. Não é. Mas como não os conheço...
Por cá, o referendo é só e sempre, a questão da Elite vs. Povo.
Gostei muito do discurso do Presidente, a dizer-nos a todos para termos coragem e força. Que só com empenho e optimismo é que vamos dar a volta á coisa. Que não devemos deixar que alguns casos nos abatam a moral e que não devemos mostrar o flanco ao exterior mas sim o peito cheio.
Mas o que é isto ... alguém acredita?
Que grande merda. E como é que eu faço isso tudo? É antes ou depois de me deitar.
Esta conversa é para quem? Fico perdido quando vejo o Presidente da República indicar que o único caminho disponível ou obrigatório é o do empenho e a auto-estima. Mas que empenho? Mas o que é isto? Essas coisas não existem. As pessoas vivem sem ter noção dessas coisas, cabe a outros realiza-las.
A coisa não vai lá com empenho, serenidade e boas maneiras.
Num estado onde ainda não se percebeu que se tenha feito uma única opção, nada pode acontecer.
E com esta me deixo de assuntos de capa de jornal. Por estar farto deles e por já não ter mais opiniões.
Em certos dias não consigo ouvir música, preciso de descansar, se fosse zen freak devia ser para ouvir silêncio, como não sou, é geralmente porque me encho de mais com as palavras e os sons dos outros.
O Bastonário da Ordem dos Advogados irrita-me.
É inteligente, fala bem na televisão, o aspecto do senhor agrada-me. Diz muitas vezes coisas acertadas. Deve até ser com certeza uma pessoa afável !
Mas ele é apenas chefe da associação dos profissionais da advocacia. Não têm que ser ouvido logo a seguir ao Chefe de Estado. É chefe de lobby.
Que os tempos sejam de litígio, está muito certo, mas se ele representa um dos três lados da justiça alguém fica de fora.
M.M. Carrilho é valorizado pelos inimigos políticos e desvalorizado pelos camaradas. Não é lá muito bom, mas o que ele disse ainda não tinha sido dito por ninguém no PS.
Enquanto toda a gente criticava, ficava-me a ideia que achavam mal mas não sabiam bem o quê.
O mais óbvio foi dito pelo filósofo, que F.Rodrigues não devia ter metido o partido ao barulho.
Demorou e podia ter sido outro a dizer. Só podia ter sido Ferro Rodrigues.
Até vir o primeiro dizer que não, toda a gente parece inclinada a concordar com tudo o que o Miguel Sousa Tavares disser nos próximos tempos. Até lá, é o orador nacional. Depois, virá alguém motivado pelo tédio, irritado pela exposição do MST, dizer qualquer coisa. Dizer que não. Voltaremos ao mesmo, talvez ao Marcelo de novo, ao Pacheco ou afins. Cá em casa é assim desde sempre. Eu, com estas marés, e já com algum peso nos ombros ainda não escolhi o meu orador, não me deixam. Não sei se é a inteligência se a exposição ou se a inveja que faz com que nunca ninguém consiga ser avaliado pelo que pensa.
Agora estamos numa de MST, mas alguém virá dizer que não e todos pensaremos que realmente aquele gajo já têm tempo de antena de mais e ávidos de um novo ponto de vista, saltamos para outro.
Por aqui, é só gente de chinelo e roupão!
Comprei o Carícias Malícias dos Mão Morta, na nova editora COBRA.
Veio de Maximinus, Braga, por 9€ + portes.
É o disco da digressão que fizeram pelo país todo. E fazem mais por ... sei lá por quem ou por o quê ... por mim. De uma das melhores bandas que eu conheço, e que está agora lá em casa:
Se é dura a batalha
E me quebra a asa
E o vento segreda
Da morte um aviso
Tenho um anjo
Lá em casa
Que me aguarda
Com um sorriso
Os estudantes são maus mas piores são os dirigentes académicos.
Os estudantes, quando na Universidade, ficam mais parvos do que já eram. Desatam a berrar a qualquer que seja a frase, sáda do ministério. Assumiram que são uma classe importante cujo desígnio é berrar.
Os dirigentes associativos são como os comandantes dos bombeiros do interior; estão lá porque não têm habilitações académicas para presidentes da câmara.
E pior, é ver-lhes a todos o desejo de serem presidentes. Políticos na assembleia, quando forem mais velhos.
Quem são os deputados na assembleia? Foram alguma coisa antes, ou foram só estudantes quando eram mais mais novos?
Angustia-me ouvir dizer que já gostaram. Que agora já não ouvem mas que antigamente ouviam muito.
Nem sequer é o paternalismo, a experiência acumulada de quem fala, a sabedoria de quem ouviu essas músicas mas que naturalmente as deixou para trás por outras melhores.
Prefiro um bom Cunhal. Que nunca esquece quem foi.
Vêm sempre com os mesmos resultados: baladeiros suaves, música étnica, coisinhas mornas e sempre um nocturno de Chopin ou uma óperazita.
O meu pai ouve "música clássica" à tantos anos ... e eu não acredito que esta seja o fim da música. Eu só não ouço as mesmas músicas porque vou gostando de novas e a memória é no meu caso um empecilho. Vou acumulando e não tenho tempo para ouvir tudo e tantas vezes como ouvia. Mas gosto de quem era.
E quando não gosto, sou mentiroso: não digo que já gostei, digo "gosto disso" ou "nunca gostei"!
Li aqui, ontem, a queixa mais ou menos discreta a uma tradução. Mesmo assim fixei o nome, Telma Costa. Não sei bem porquê. Nunca sei quem traduz os livros que leio a não ser que sejam eles própios escritores.
Talvez devesse saber quem traduz.
Ontem, mais tarde, lia um livro de contos de um Inglês. Comecei a sentir vontade de ir á segunda ou terceira folha ver quem traduzia, o conto que lia começava a ficar muito escangalhado.
Quando tive que ler três vezes as mesmas 5 linhas fui ver de quem era a tradução..
Nick Cave en tenue de gladiateur.
En devenant ami de l'acteur Russel Crowe, le chanteur australien s'est attiré les faveurs de la production de la suite du film Gladiateur. C'est donc Nick Cave en personne qui en écrira le scénario. Réalisé par Ridley Scott, Gladiateur II devrait sortir sur les écrans français en 2005.
10 oct. 2003, Les Unrockuptibles
Cuspiu no olho do Diabo e desde esse dia nunca deixou de o amar
Leio um blog chamado nicodemos, á falta de melhor.
Sou mais religioso que católico e fascinam-me os aspectos formais, as leis e escrituras. A complexa estrutura de uma ordem com tantos anos.
Hoje leio lá que, "A Igreja Episcopal Americana até elegeu já para bispo um maricas que vive com outro homem."
Isto no meio de tanta referência sagrada, de tanto amor e textos bíblicos, não deixa de me impressionar.
A falta de pudor chegou a todo o lado.
Talvez esteja a ser politicamente correcto. Talvez seja semântica. Mas Deus está nos pormenores (blasfémia?). Talvez acredite que qualquer homem bom têm entrada no Reino do Céu.
Talvez afinal seja de esquerda e não tenha mais nada para fazer além de moral.
Não é que ele mereça mas depois de tanta mistura, JPP está perdido.
Faz uma colectânea de letras de músicas de tudo quanto é lado. Em busca da manhã, já deve ter ouvido tudo desde Sinatra a Peaches.
Exibe quadros diariamente. Mas só os enuncia no dia a seguir. Deve ser para não influenciar a leitura. Dos quadros.
Orienta o comentário político dos blogues. Distanciado.
É campeão das visitas. E por isso já disse que vai editar as páginas vistas.
Ontem ou por aí, falava sozinho na televisão, e sacou dum livro do Kafka (uma edição manhosa que não quero acreditar que seja a sua). E resume o livro, ali, dizendo do que se tratava. Só não percebi muito bem porque é que escolheu a primeira e última frase do livro para colocar no écran. Se fosse eu, era porque não tinha lido nada entre elas e assim não falhava na escolha.
Têm estofo este nosso homem do renascimento. Fala latim.
Mas não devia ter a presunção de que pode saber tudo.
A falta de pudor chega a todo o lado.
Boa noite.
Por questões de etiqueta, evito falar a esta hora.
Hoje abro uma excepção!
"Hurt" dos NIN.
Comecei a noite a ouvir uma versão pelo J.Cash .
Começo a manhã com os NIN.
É por estas coisas que amanhã, com mais tempo, vou apagar alguns links.
Boa noite!
Desde que me lembro que há sempre quem venha descobrir pormenores em quadros maiores. A convicção de que Deus está nos pormenores e admiração pela perspicácia sempre me levaram a calar e admirar.
Hoje leio no flor de obsessão e no mata mouros a mesma coisa: que a festa era compreensível mas que existiram nela aspectos perigosos e não recomendáveis em democracia. Já ontem previra que isso sucederia.
Mas ... o aspecto formal é para mim importante demais para ser analisado em último ! Se viessem dizer que estava mal por isso mesmo, concordava. Virem dizer que está tudo muito bem mas, achtung!, vislumbraram detalhes perigosos, soa à irritação de quem têm que falar.
Cai, para bem da alma de toda a gente, o Ministro dos NE.
Num ministério popular, dadas as frequentes fotografias com ilustres estrangeiros e no estrangeiro, este ministro foi sempre arrogante e pouco inteligente, falhou (até ver) a adaptação da "rede" de embaixadas aos interesses económicos portugueses. E quanto ao mais, passou-lhe uma guerra ao lado e varias cimeiras europeias.
Sucede lhe uma senhora, coisa inédita. Durão Barroso jogou bem. Nós, desde Timor que estamos á espera de uma senhora nos negócios estrangeiros. Uma senhora discreta a seguir ao inchado MC.
Neste mesmo dia parece que Paulo Pedroso vai ser libertado.
Mau para toda a gente menos para ele. Mau para o PS que não aproveitou o tempo em que ele esteve preso por causa de uma cabala (segundo os próprios) e que provavelmente, sairia hoje á rua como quando João Soares chegou ao aeroporto vindo de um acidente em África - não se percebe esta comparação, pois não? Eles lá sabem.
Mau para a justiça, para as escutas, para o Governo - logo neste dia! É inevitável esta associação do poder judicial ao Governo e da saída em liberdade à inocência.
Que canseira ler diários na net vestidos de sítios de opinião. É só revelações do que lêem, do que gostam, do que pensam. Eu não vos quero conhecer!
Atrapalham.
Poemazinhos cheios de adjectivos, pensamentos profundos. E os gostos e citações. Que maçada. As mensagens de uns para os outros. O respeito pelos mais velhos.
Eu gosto de ler o que o que pensam sobre qualquer coisa, não importa o quê, mas tirem de lá a vossa vidinha intima. Incomoda.
Lembro-me do abrupto contar como teve uma refeição com um padre saído dos livros do Aquilino, põe a mesa; bola de carne, batatas a sério, doces, aguardente e café. E conversa claro. No meio das serras encontrou um padre e conversam e ele conta-lhe uma história pagã. E nós sorrimos ao ler. As experiências que este homem teve!
Sobre o discurso xenofobo do Drº Paulo. Seja o que for, o discurso dele não deixa de ser verdadeiro. É dirigido aos eleitores e estando ele no Governo é porque os tem.
E pelo menos a esses o assunto preocupa-os.
Não o menosprezem. Não basta serem superiores.
Volto a pensar nisto amanhã.
A falta de notícias, sabe-se, leva a invenção de questões.
Agora é o referendo. O Carimbo diz que é urgente a preparação para o referendo. Mas urgente é saber quais são as alternativas.
Toda a gente gosta da figura do referendo, devem sentir-se mais importantes.
A mim bastava-me que os políticos discutissem o assunto. Que analisem aquela coisa que dizem ser uma constituição europeia (deviam mudar-lhe o nome, porque desde criança que sempre achei que nós tínhamos uma que era quase um arquétipo, uma coisa guardada, que resolvia todas as questões e nos dava a razão de sermos portugueses), que vejam o que se pode fazer e discutam alternativas. Eu vou assistindo pelos jornais e acompanhando os comentários. Não só elegemos um governo, elegemos também várias "oposições". Uma assembleia da Republica e um Governo. Não preciso que referendem todos os assuntos, que me chamem mais uma vez a dizer-lhes o que fazer.
Esta coisa da Constituição Europeia é tão "referendável" como a Regionalização mas quais seriam as consequências do voto?
Se me perguntarem se concordo com a tal constituição não sei o que responder. Talvez diga, " Mas há alternativa?". Mas isso não cabe num quadradinho.
Talvez ainda seja mais importante que Lula da Silva consiga fazer o que nenhum antes dele conseguiu, do que os EUA conseguirem montar um país no território do Iraque.
É mais importante para o mundo o que podia estar a acontecer no Brasil do que o que possa acontecer no Iraque.
No sábado, no Hot Club, tocavam um baixo, uma bateria e uma guitarra.
Durante a primeira parte, tocaram umas coisas com notas a mais, muito compostas (de "composição"), rock progressivo em Jazz. Estava quase a voltar a acreditar que o Jazz é um género perigoso, que é frequentemente música de falhados que só se divertem a eles próprios. Pensava que as excepções eram os casos em que os interpretes são muito bons, o caso do Miles Davis. Azar meu, haver uma guitarra. Não gosto de Jazz com guitarras. Não é instrumento para jazz. São sempre tocadas no mesmo som claro, são sempre guitarras acústicas amplificadas, onde os agudos é que contam. As cordas mais graves são de Blues e por isso as guitarras em jazz parece que tentam tocar como pianos ou trompetes. E sempre muito límpidas. As guitarras eléctricas em jazz são tocadas com vergonha.
Na segunda parte (depois do intervalo), tive a surpresa do homem da guitarra (Pedro Madaleno), tocar aquilo de outra forma: menos solos, mais ritmo, menos notas, melhor tempo. E tocou como se fosse uma guitarra eléctrica. Até meteu "pedais" a ajudarem o som.
Mas continuo a achar que o jazz é o género mais perigoso.
Aqui, são todos casados uns com os outros. Passados anos descubro que afinal aquela é mulher do outro, que o outro é amigo de um outro, são quase todos maridos e mulheres de uns outros e uns dos outros, e, ás vezes surpreendido, penso que é natural que assim seja já que a dimensão do terreno é pouca e que se alguém é inteligente, é natural que tenha a seu lado alguém inteligente.
A idade escangalhou esta ficção bonita em que eu era orientado por gente merecedora da minha atenção, ficção apaziguadora em que era natural que todos se conhecessem.
O país, em todo o lado, está entregue a gente menor.
E episodicamente quando a alguns são descobertas provas de menoridade, vêm os maridos, as mulheres, os amigos e colegas de partido dizer que a demissão do ministro Pedro Lynce, vai ao encontro do «interesse público» e demonstra uma postura e estatura e elevada». Ide à merda!
Um rosto não consegue olhar-se duas vezes na mesma água do rio.
"A paz mais difícil, no entanto mais duradoura e mais justa, só será possível quando todos quisermos. Quando nos apercebermos o mundo em que vivemos."
Diz-se nas Linhas de Esquerda. Nós nunca queremos. Nós nunca nos apercebemos do mundo em que vivemos
Nós estamos sempre a mudar. Não existe um nós que permaneça imutável o tempo suficiente para querer ou perceber.
Constantemente chegam novas pessoas a este nós que lhe alteram a composição. E já somos assim à muitos anos.