Lay, lady, lay, lay across my big brass bed
Lay, lady, lay, lay across my big brass bed
Whatever colors you have in your mind
I'll show them to you and you'll see them shine
Lay, lady, lay, lay across my big brass bed
Stay, lady, stay, stay with your man awhile
Until the break of day, let me see you make him smile
His clothes are dirty but his hands are clean
And you're the best thing that he's ever seen
Stay, lady, stay, stay with your man awhile
Why wait any longer for the world to begin
You can have your cake and eat it too
Why wait any longer for the one you love
When he's standing in front of you
Lay, lady, lay, lay across my big brass bed
Stay, lady, stay, stay while the night is still ahead
I long to see you in the morning light
I long to reach for you in the night
Stay, lady, stay, stay while the night is still
Quando, pelas razões que a justiça e eu conhecemos, ando de transportes públicos, aproveito para ver as crianças e os mais novos que eu. Deixei de olhar, de dia, para pessoas da minha idade.
Não consigo evitar deixar de olhar para mais novos. Chego a pensar que são todos bonitos. Todos. Percebo os pedófilos, percebo bem.
Se há coisa que o processo que decorre, parece que pelo país inteiro, me fez ver foi a beleza.
O meu Natal é com o Menino Jesus. Depois de anos a tentar que se comesse perú em casa pelo Natal, cheguei aqui, a preferir o Menino Jesus, bacalhau e velhos.
Nestas alturas é melhor ficar calado. Ir com a maré.
Ontem, a RTP revisitava o Natal dos Hospitais, só cheguei a ver o Duo Ouro Negro e o Marco Paulo. Na época em que se percebia quem era foleiro só pelo que vestia ou cantava.
Bons tempos em que conseguia distinguir a minha família só pelo olhar. Hoje, sofisticado tempo, é tudo mais dificil.
O acesso foi generalizado e toda a gente fazia pelo menos 2.500 € no Quem quer ser Milionário. Sabem os nomes todos. Daí para cima já é mais dificil.
Quer isto dizer que estamos no mesmo sítio mas mais sofisticados, os foleiros já não têm o mesmo aspecto, vestem-se bem.
O constante engano de quem pensa "e se fosse eu" é como dizia ontem a Voz do Deserto, e já eu tinha tentado dizer numa tradução de um "dizer" da Irlanda (acho que é de lá ... ), o engano, então, é não pensar antes "ali, estou eu". Na primeira está a tentadora facilidade da moral - o que eu faria, o que eu deveria fazer ou não, se fosse eu o que esperava. Na segunda está para os que acreditam, a graça de Deus, que me pôs em posição diversa ou para os que não acreditam, o reconhecimento de que todos os homens são maus, por natureza.
Existe o óbvio para dizer, que fiquei contente que tivessem apanhado Saddam. Porque me parece que vai enfraquecer a resistência no Iraque (e isto é já político), porque acho que vai ser mais fácil transferir algum controlo para os iraquianos (e isto também é político). Porque a intervenção no Iraque exigia retirar Saddam do poder.
Ora isto é o obvio para mim e mesmo assim não é inócuo. Existe uma ocupação e existe um poder por resolver.
O complicado, para mim, começa aqui:
Porque devem existir iraquianos, curdos e outros a quem a justiça na terra devia parecer impossível, a captura de Saddam é bom noticia. Mas também a é para o resto do mundo.
O Saddam é apanhado, assim mesmo, apanhado, mas nada é consensual. Porque continua a haver ocupação, continua a existir um país sem poder e continua a existir a questão sobre a competência para intervir e julgar.
Pode-se estar de um lado ou doutro, não creio que o Saddam esteja em qualquer um dos lados.
Apesar de o terem apanhado com maus aspecto, carraças, piolhos, dentes cariados, barba por fazer, despenteado e homeless ainda acho que ele é o mau da fita.
Então, sobre a gente que se dedica a informar-me, como por exemplo a Janela indiscreta, digo: Que há dias em que não consigo lá ir. A lista dos meus links já é longa de mais e em certos dias salto a Janela. Salto porque não me apetece ver na mesma página o Calvin e o Garfield e o Fellini, o Douglas Sirk, Keith Haring, Borges, em certos dias até o Thomas Bernard e o Fred Astaire. Obviamente que a maior parte do que lá passa desconheço. Mas o que conheço obriga-me a um esforço de depuração.
Uns dias, leio informação e agradeço. Como aquela colectânea de poesia que fizeram com outros blogues.
Outros dias, fujo da cultura, da obsessão da cultura. Deste ideia de que o critério é a qualidade. De que se pode juntar tudo em dois sítios: o sítio das coisas boas e o das más. De que só existem bons filmes e maus filmes, boa música e má música, bons livros e maus livros. Não. Há coisas boas que não quero. Há preconceitos de que não abdico.
Não consigo estar atento a tudo, ter que ouvir, ler e ver. Estar disponível para a cultura, desde que boa, implica estar aberto a tudo, sempre á procura, ouvir "cultura !" e saltar. Saltar duma coisa para a outra porque o que importa é que ambas são boas.
Isso é trabalho para estantes.
A nova direita e a nova esquerda, são coisas de patetas.
Simplesmente porque não se pode pertencer a nenhuma das duas. Eu, querendo pertencer, não poderia, porque sei lá o que é !? ... São sobretudo só atitudes, poses. É uma distinção que é feita a alguns, sei lá por quem ... pelos outros. É coisa de vaidosos.
Estas Novas, são como o tempo, que todos os dias amanhece mas é sempre o mesmo.
São novas pela relativa independência á ordem anterior, pela falta de respeito e independência pelos valores e referências anteriores, pelo reconhecimento do mundo actual, sobretudo pelo conhecimento da História. Nada disto é novo, nem será jamais. São apenas entreténs.
A grande diferença desta gente para a anterior é que parece ter desistido um pouco de Portugal, gente que se entretêm a discutir com maior prazer a cena internacional.
O que me distingue ... é não reconhecer ao 11 de Setembro a "marca-de-água" que eles reconhecem. Terá a sua entrada nas enciclopédias, divergimos é no tamanho.
Discutem qualquer coisa, da China ao Chile.
Eu, educado, continuo a achar que não se pode saber tudo e se deve tentar compreender e ser gentil com toda a gente.