Este blog jà nem imagens tem. Além da vaidade jà não tem quase mais nada. Não tem leitores nem tem escritor. Foi quase um ano sem cà vir. Mais vai mudar. Na pr'oxima semana ou morre ou vive. Uma decisão importante!
Comecei o dia a suar. Cheguei atrasado onde tenho de estar todos os dias de manhã. Almocei peixe. De tarde, pouco fumei. Saí tarde, eram já 20:30. Deitei-me, como sempre, meia hora e jantei a seguir. Andei às voltas, e vim aqui parar. Com a intenção de continuar.
Não li nenhum livro nem ouvi nenhuma música. Espero dormir descansado.
Daqui a um mês faz 25 anos que morreu. Neste sítio, estão muitas fotografias que nunca tinha visto, de um concerto ao vivo em Março de 1979. Ian Curtis, Joy Division.
Fiquei dois dias a deixar que a ideia se resolvesse, mas não. Mantêm-se a ideia de frustração. O concerto foi bom. Mas é muito difícil passar silêncios, barulhos e ruídos para uma sala onde as pessoas estão longe. Há muito menos energia num concerto assim. E os EN não tinham concerto para ver. Não havia teatro nem luzes. Nem os instrumentos de barulho eram explorados. Estavam ali a tocar, numa sala feita para observar. Sempre que as músicas tinham mais silêncios, ficava cheio de ansiedade, à espera do barulho. E o barulho? E os gritos? E o chinfrim e o ruído? Quando começam.? Quero barulho e batucada! Coisa que se for bem vista não é verdade, a música deles não é nada assim, mas ao vivo, estava à espera de qualquer coisa. Lá sentado, pensava que era barulho, o que eu queria, mas dois dias depois sei que não era isso mas não sei o que era.
A idade da glória, passa pouco depois dos 20 anos. É uma idade boa, próxima da loucura e da esquizofrenia. Talvez a distância próxima seja mantida pela qualidade física. A partir daí é sempre a descer. Nessa altura as palavras que se dizem, matam. O que se pensa, mata. E tudo o que se faz, vai matando um bocadinho. Até andarmos por aqui cheios de frases e poses. Mortinhos, enterradinhos. Mas se agora elogio uma certa idade, valorizo a seguir a idade em que se tenta manter a coragem de sofrer. Dessa morte que chega aos bocadinhos.
Este elogio fúnebre, é para aquela gente toda que detesto e que me ofende muitíssimo, com idades rídiculas, que insistem em manter-se noutro tempo. Este elogio não é extensível aos hippies.
“Fistful of Love” é a minha música do trimestre, que será do semestre, em Julho. Do novo disco do antony and the johnsons. Melhor, mesmo, só o nome da canção do disco anterior: “Hitler in my Heart”.
Consigo com grande facilidade ouvir coisas que não gosto, porque sei que são boas. Consigo ver coisas de que não gosto, porque sei que são importantes. Consigo ler coisas que me entediam, porque sei que me são úteis.
Este grande disco, já era bom à dez anos atrás mas só agora o ouço sem esforço. Dez anos antes eu era mais novo, menos educado. Dez anos antes o disco era melhor.
O grande papel dos jornalistas está resumido a encher chouriços
O dia dos votos foi excelente para me lembrar o ódio e repulsa que tenho pelos jornalistas. O tamanho das bestialidades foi eloquente. Ainda hoje me lembro de uma senhora da TVI a dizer que o Socrates estava bem vestido!
A ordem das prioridades deveria exigir que logo a seguir ao défice, viesse o tratamento dos jornalistas ... pode ser no Campo Pequeno.
O que me parece (e parece incrível), é que toda a gente gostou dos resultados destas eleições. Todos parecem um pouco contentes como se houvesse agora uma oportunidade única, num momento decisivo, para fazer muito pelo país, que o resultado destas eleições possibilitam.
E mais incrível é que vendo bem, o PCP e BE, como vão ficar de fora de um governo de esquerda, radicalizam os temas, o PP é o que mais distante está do PS e isso nota-se, o que nos deixa o PSD ... como o mais encantado de todos com esta vitória absoluta. Parece que têm esperança no futuro.
O PSD não encara isto como uma grande derrota. É uma derrota do PSD que esteve no governo. É um outro PSD.
E depois temos toda a baixa política: este resultado deixa de facto muita gente contente.
Quando eu era novo era do PSR, agora não sei de quem sou.
O bloco de esquerda, esgotou-se. Melhor ... por agora, está esgotado. Pois assim, clarifica a ideia presente: esgotado e ignora quando foi que se esgotou. As letras minúsculas que opto por colocar no bloco de esquerda são um simpatia para com eles que por sugestão minha deviam acolher.
O be não está só esgotado nas pessoas que apresenta, que não pode ser encarado como problema menor. Mas sobretudo, a repetição das mesmas ideias e formas.
O que o be parece desconhecer, é que sim senhor, as pessoas já os conhecem, já lhe ouviram as ideias naquela forma. Mas eles insistem no mesmo, não por fidelidade mas para ganhar tempo. Estão atrapalhados a ganhar tempo, e vão repetindo a teoria. Um partido que entra como eles entraram não deve parar, atrapalhado, sem acção.
Parece-me que foram surpreendidos pela rápida adaptação dos outros partidos à sua forma.
Convencidos de alguma superioridade de ideias não esperavam o ajustamento dos outros ao seu discurso. Nem tão pouco esperavam que as pessoas os compreendessem.
Agora que fazem? Avançam ou vão moendo mais uma vez as cabeças de todos com os mesmos chavões. Eu cá ficava-me pelos chavões. Mas eu ... eu votei duas vezes no PSR ...
Ao subir a rua (prefiro ruas que sobem) tive uma epifania.
Nunca serão realizados os meus desejos. Nunca terei aquilo que já esperei ter.
Já não tenho idade para ter outros.
E a revelação, foi a de que nunca irei ter o que sonhei, porque passou a altura.
Passou.
Manifesto anti-VozdoDeserto - Que desde o início era o meu preferido. Actualmente é o Zé Pereira
Sou contra os inchados.
Contra os que incham, pelo próprio sopro.
A caminho do altar.
Sou contra as profissões-de-fé diárias.
As referências em excesso são tão maçadoras como o auto-elogio.
Todos os dias a mencionar alguém, a referir coisas e coisos,
E sempre a mesma ideia de que o Paco Bandeira é bom, os americanos cultos e o Júlio Isidrio bom rapaz.
O Andy Warhol ia gostar de ver. Descobrem o mau-gosto, e acham que o podem transformar numa lata de sopa Campbell's.
Vou falhando quase todos os dias no propósito de tornar diário, este sítio.
Onde deveria escrever sobre nada, todos os dia. A razão é minha.
As coisas nacionais, aquelas que acontecem ao país, desesperam-me e desinteressam-me.
As pessoas são cada vez mais chatas. As minhas histórias não as quero de mais ninguém.
E em certos dias, a única coisa que me parece acertada a fazer, é morrer.
O melhor do corto maltese que compro todas as segundas-feiras é o Raspoutine.
Gosto muito do Corto Maltese porque consegue ter como único amigo o Raspoutine. E muito mais ainda, porque consegue que o Raspoutine goste dele. Não é qualquer pessoa que consegue ter um amigo daqueles. Não é qualquer um que consegue que o Raspoutine goste dele.
E enfim ... porque gosto de saber que até ele precisa de um amigo.
Pela força de filmes, quando via um avião a cruzar o céu, pensava no que lá iria, em quem lá iria. As vidas que ele levava. E pensava em ir nele. Tal como o Cesariny pensa ao ver os barcos a irem pro Barreiro.
Hoje vi um desse aviões. E pensei mais depressa na quantidade de vidas inúteis que lá iam e no desperdício de destinos do que em outra coisa.
Não quis sequer ir em um.
"Gonna buy me a graveyard of my own
kill everyone who ever done me wrong
gonna buy me a gun just as long as my arm
kill everyone who ever done me harm"
Fui para casa ontem. De carro, finalmente.
Na rádio existe, normalmente na altura em que vou para casa, um programa com um locutor muito irritante que tem uma voz tão expressiva que se lhe consegue odiar a cara. Pequenas entrevistas.
O senhor que lhe falava era João Canijo. Sobre o último filme dele. Não apanhei o princípio mas era sobre a noite, o submundo da noite, casas de meninas e por aí fora. Gostei de o ouvir falar. Até pensei em ir ver o filme. mas depois ... começaram a caracterizar Portugal, coisa que nunca percebi. Portugal. Nem nunca percebi este recorrente tique, cá de dentro, de o caracterizar. Não acredito que se possa ter grande coisa a dizer sobre a questão. Depois de eu muito concordar com o realizador, discordei, claro.
Um filme sobre casas de putas não devia ser moralista. podia ser amoral.
Que a moral não serve para nada, apenas para esquecermos quem peca. Mas pode até haver quem peque sem saber. E é pecado.
Não gostei de os ouvir falar nas mesmas coisas de sempre: os veludos vermelhos gastos, os homens de família, as mulheres estrangeiras e por aí fora. Existe tanta, tanta coisa na vida mas eles insistem em fazer filmes.
Começo o dia com uma ideia que me vai zangar durante o resto da semana.
O próximo sábado e domingo são só daqui a uma semana.
Ora bem ... isto quer, obviamente, dizer que a semana pouco interessa.
Mas enfim, há boas perspectivas de temporal. O tempo promete e se o tabaco me souber bem sou bem capaz de lhe sobreviver (à semana). Ando a fazê-lo à anos.
Aderi ao grupo dos blogs pessoais. Só vou escrever merda.
Hoje, passava das 11 da manhã quando chequei.
Aproveitei este grande atraso matinal para avisar que iria tirar dois dias de férias. Esta tendência de aproveitar a inclinação descendente para correr, é um sentimento mal explicado. Deveria ter um nome.
Safei-me muitas vezes com este apetite por me estatelar em força na queda. Acontece frequentemente qualquer coisa, nessas alturas.
Hoje, enquanto fumava, à porta. Vi passar uma rapariga toda ela de preto.
"De preto", é lisonjeiro. De traje académico.
Muita gente fuma nesta porta. É porta de um escritório de muita gente.
E é claro o ridículo e a distância entre quem fuma no intervalo do trabalho e quem passa no intervalo do estudo.
A rapariga passou com vergonha. De incomodar gente que trabalha. Nós, a fumar, olhamos como se fosse um carnaval que não faz sentido nesta altura do ano, ou da vida. Ela continua como se não viesse aqui parar daqui a uns tempos.
Estar calado ou dizer qualquer coisa?
Eu não estou obrigado a dizer nada, ninguém espera que de mim saia compostura ou esquecimento.
Fico banzado com duas mortes: a de um rapaz, meu amigo, à uns dias atrás, a outra, a de Sousa Franco.
E saber, com certeza, que daqui a umas semanas já não lamento nenhuma das duas.
Recebi a notícia de que a minha pena estava cumprida.
Cumpri a pena.
Resta-me aguardar que os anos passem e volte a ter um currículo de novo limpo.
É esta a minha maior pena. É a maior pena dos crimes pequenos.
De resto, não tenho pena.
De volta a esta figura de estilo ... para falar de violência.
Depois de acidentes vários e respectivas correcções, aprecio devidamente a força e o poder da estupidez.
Quem não acredita na força de um murro nas trombas não serve para meu amigo. Quem não reconhece o poder de bem saber mostrar os dentes podres também não.
Subestimar a violência é diminuir as pessoas.