O toi, le plus savant et le plus beau des Anges,
Dieu trahi par le sort et privé de louanges,
O Satan, prends pitié de ma longue misère!
O Prince de l'exil, à qui l'on a fait du tort,
Et qui, vaincu, toujours te redresses plus fort,
O Satan, prends pitié de ma longue misère!
Toi qui sais tout, grand roi des choses souterraines,
Guérisseur familier des angoisses humaines,
O Satan, prends pitié de ma longue misère!
Toi qui, même aux lépreux, aux parias maudits,
Enseignes par l'amour le goût du Paradis.
O Satan, prends pitié de ma longue misère!
O toi qui de la mort, ta vieille et forte amante,
Engendras l'Espérance, - une folle charmante!
O Satan, prends pitié de ma longue misère!
Toi qui fais au proscrit ce regard calme et haut
Qui damne tout un peuple autour d'un échafaud,
O Satan, prends pitié de ma longue misère!
Ao subir a rua (prefiro ruas que sobem) tive uma epifania.
Nunca serão realizados os meus desejos. Nunca terei aquilo que já esperei ter.
Já não tenho idade para ter outros.
E a revelação, foi a de que nunca irei ter o que sonhei, porque passou a altura.
Passou.
Sou contra os inchados.
Contra os que incham, pelo próprio sopro.
A caminho do altar.
Sou contra as profissões-de-fé diárias.
As referências em excesso são tão maçadoras como o auto-elogio.
Todos os dias a mencionar alguém, a referir coisas e coisos,
E sempre a mesma ideia de que o Paco Bandeira é bom, os americanos cultos e o Júlio Isidrio bom rapaz.
O Andy Warhol ia gostar de ver. Descobrem o mau-gosto, e acham que o podem transformar numa lata de sopa Campbell's.
Vou falhando quase todos os dias no propósito de tornar diário, este sítio.
Onde deveria escrever sobre nada, todos os dia. A razão é minha.
As coisas nacionais, aquelas que acontecem ao país, desesperam-me e desinteressam-me.
As pessoas são cada vez mais chatas. As minhas histórias não as quero de mais ninguém.
E em certos dias, a única coisa que me parece acertada a fazer, é morrer.
Gosto muito do Corto Maltese porque consegue ter como único amigo o Raspoutine. E muito mais ainda, porque consegue que o Raspoutine goste dele. Não é qualquer pessoa que consegue ter um amigo daqueles. Não é qualquer um que consegue que o Raspoutine goste dele.
E enfim ... porque gosto de saber que até ele precisa de um amigo.
Pela força de filmes, quando via um avião a cruzar o céu, pensava no que lá iria, em quem lá iria. As vidas que ele levava. E pensava em ir nele. Tal como o Cesariny pensa ao ver os barcos a irem pro Barreiro.
Hoje vi um desse aviões. E pensei mais depressa na quantidade de vidas inúteis que lá iam e no desperdício de destinos do que em outra coisa.
Não quis sequer ir em um.
O dia de hoje:
"Gonna buy me a graveyard of my own
kill everyone who ever done me wrong
gonna buy me a gun just as long as my arm
kill everyone who ever done me harm"
For the Love of Ivy - Gun Club