Fui para casa ontem. De carro, finalmente.
Na rádio existe, normalmente na altura em que vou para casa, um programa com um locutor muito irritante que tem uma voz tão expressiva que se lhe consegue odiar a cara. Pequenas entrevistas.
O senhor que lhe falava era João Canijo. Sobre o último filme dele. Não apanhei o princípio mas era sobre a noite, o submundo da noite, casas de meninas e por aí fora. Gostei de o ouvir falar. Até pensei em ir ver o filme. mas depois ... começaram a caracterizar Portugal, coisa que nunca percebi. Portugal. Nem nunca percebi este recorrente tique, cá de dentro, de o caracterizar. Não acredito que se possa ter grande coisa a dizer sobre a questão. Depois de eu muito concordar com o realizador, discordei, claro.
Um filme sobre casas de putas não devia ser moralista. podia ser amoral.
Que a moral não serve para nada, apenas para esquecermos quem peca. Mas pode até haver quem peque sem saber. E é pecado.
Não gostei de os ouvir falar nas mesmas coisas de sempre: os veludos vermelhos gastos, os homens de família, as mulheres estrangeiras e por aí fora. Existe tanta, tanta coisa na vida mas eles insistem em fazer filmes.
Começo o dia com uma ideia que me vai zangar durante o resto da semana.
O próximo sábado e domingo são só daqui a uma semana.
Ora bem ... isto quer, obviamente, dizer que a semana pouco interessa.
Mas enfim, há boas perspectivas de temporal. O tempo promete e se o tabaco me souber bem sou bem capaz de lhe sobreviver (à semana). Ando a fazê-lo à anos.
Aderi ao grupo dos blogs pessoais. Só vou escrever merda.
Hoje, passava das 11 da manhã quando chequei.
Aproveitei este grande atraso matinal para avisar que iria tirar dois dias de férias. Esta tendência de aproveitar a inclinação descendente para correr, é um sentimento mal explicado. Deveria ter um nome.
Safei-me muitas vezes com este apetite por me estatelar em força na queda. Acontece frequentemente qualquer coisa, nessas alturas.
Hoje, enquanto fumava, à porta. Vi passar uma rapariga toda ela de preto.
"De preto", é lisonjeiro. De traje académico.
Muita gente fuma nesta porta. É porta de um escritório de muita gente.
E é claro o ridículo e a distância entre quem fuma no intervalo do trabalho e quem passa no intervalo do estudo.
A rapariga passou com vergonha. De incomodar gente que trabalha. Nós, a fumar, olhamos como se fosse um carnaval que não faz sentido nesta altura do ano, ou da vida. Ela continua como se não viesse aqui parar daqui a uns tempos.
Que grande porcaria, tudo isto.
voltar... mas quando o caracter é menor que o ego e não vejo romance na minha vida ... o que hei-de eu fazer?
"I got the abattoir blues
I got the abattoir blues
I got the abattoir blues
Right down to my shoes"