Na conversa recorrente, sobre o país, ouço sempre dizer que ainda estamos a tempo. No ano seguinte, voltamos a estar ainda a tempo. Esquecendo do que é que estamos ainda a tempo, fica-me a impressão do tempo. Do tempo a passar e nós sempre a tempo.
Gostava que viesse alguém dizer que acabou o tempo. Que já não dá.
Todos os anos se perde qualquer coisa, todos os anos perdemos a oportunidade de crescer mais, de melhorar, de melhorar a vida dos que habitam neste país. E dessa perda fica-nos o ganho de um salto atrás, de voltar a ter espaço para crescer, de voltar a ter tempo.